Nos últimos meses só se fala em novo coronavírus COVID-19, SARS-CoV-2, pandemia, etc. De fato estamos vivenciando um momento único na história, em que um simples vírus causou um grande estrago no mundo.
Nesse meio tempo, muitas pessoas têm tentado encontrar soluções que possam ajudar a conter a pandemia e oferecer melhora aos pacientes.
É aí que a inovação entra!
É claro que muitas vezes a inovação está associada a ideias geniais, mas muitos autores comentam que uma das formas da inovação acontecer é aproveitar uma oportunidade.
Essa busca de oportunidades ocorre em poucas situações, como fatos inesperados, incongruências, necessidades de processo e mudanças na indústria e no mercado.
Clayton M Christensen criou o termo "inovação incremental", em que uma tecnologia ou um produto já existente tem o seu desempenho melhorado. Nesse contexto, muita inovação incremental tem sido vista neste momento de pandemia, inclusive no Brasil.
Uma delas é o novo teste diagnóstico criado pela equipe do Hospital Albert Einstein em conjunto com a Varstation. Eles desenvolveram um método de baixo custo, com reagentes nacionais e o uso de inteligência artificial para análises dos dados. Com isso, é possível aumentar a quantidade de exames, obter resultados mais rapidamente, com um custo menor, comparado ao teste padrão ouro da atualidade.
Várias opções de respiradores de baixo custo também estão sendo desenvolvidas, além de equipamentos de proteção individual com a utilização de insumos brasileiros. Com isso, obtemos produtos com um preço menor e sem a necessidade de concorrência com outros países, o que foi motivo de brigas, interceptações e até sabotagens no meio internacional.
Em meio à inovação incremental surge o conceito de inovação disruptiva, que traz ao mercado uma proposta de valor diferente daquela disponível, com vantagens adicionais ao produto ou processo. Em 2009, Christensen já apontava as inovações radicais para o setor de saúde. Como mostra a figura abaixo, ele já vislumbrava a adoção de prontuários eletrônicos com conexão a centros resolutivos, consultores virtuais de saúde, etc.
A telemedicina foi autorizada no Brasil para uso durante a pandemia (Lei 13.989 sancionada em 15 de abril de 2020), com recomendação do Conselho Federal de Medicina.
Conforme o Art. 3º "Entende-se por telemedicina, entre outros, o exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde."
Esse era um assunto que vinha sendo discutido há tempos, e essa liberação durante a pandemia irá evidenciar o potencial dessa tecnologia, que pode de fato vir a ser adotada em um futuro próximo para muitas situações.
Muitas inovações radicais surgiram nesse meio tempo. O ATMUS, produzido pela Enebras, é um sistema portátil de exaustão e filtragem do ar, utilizado pelo hospital Albert Einstein para evitar ou diminuir a propagação do coronavírus dentro do ambiente hospitalar. Esse produto veio para cobrir uma demanda de necessidade de salas com pressões positivas e negativas para conter o vírus, que são caras e necessitam de grandes projetos de engenharia.
A Biologix aproveitou sua plataforma de monitoramento de sono e a adaptou ao COVID-19, para monitorar os sinais clínicos (saturação de oxigênio e frequência cardíaca), em contrapartida a outros aplicativos que fazem o monitoramento somente por respostas subjetivas dos pacientes.
Toda essa inovação pode ser rapidamente trazida à sociedade devido ao projeto de lei 1462/2020 em tramitação na câmara, que diz que nos casos de emergência nacional, poderá ser concedida licença compulsória durante a pandemia para a exploração da patente ou do pedido, sem prejuízo dos direitos do titular. Se isso se concretizar, a sociedade poderá ter benefícios imediatos de uma inovação que acabou de acontecer e os inventores/titulares continuarão a ter sua ideia protegida.
Esses são somente alguns exemplos de inovação, entre muitos outros que estão surgindo para o coronavírus, no Brasil. Temos que aproveitar esses tempos sombrios para termos novas ideias e soluções, que possam atender a uma demanda da população e do mercado.
DRUCKER, Peter F. The discipline of innovation. Harvard Business Review, 2002.
CHRISTENSEN, Clayton M. O dilema da inovação. MBooks, 2012.
CHRISTENSEN, Clayton M. Inovação da gestão da saúde. Bookman, 2009.
Conhecimento sempre é bom. Conhecimento com inovação Nacional, melhor ainda! Parabéns! Adorei!